Dias atrás, assisti a entrevista da “Rainha Hortência”, uma das melhores jogadoras de basquetebol em âmbito mundial. Uma entrevista excelente. Aliás, excelente em todos os aspectos, diga-se de passagem. Perguntas muito bem elaboradas pelo entrevistador e respostas corajosas e bem articuladas por parte do entrevistado (Hortência). A entrevista girava em torno da formação de novos “ídolos-craques” no basquetebol brasileiro e na forma como esses atletas estariam agindo em relação ao patriotismo (amor pela pátria). Resultado da entrevista: vestir a camiseta verde-amarela da seleção hoje não é tão importante. O atleta está bem mais interessado em atuar por suas equipes e saudar compromissos junto aos patrocinadores.
E isso não é diferente no futebol. Os jogadores estão desistindo de atuar pela seleção para jogar por seus clubes. E isso não ocorre somente no exterior. O caso mais recente de “desistência”, é o do lateral-direito do grêmio, Mario Fernandes que se atrasou e perdeu o vôo que o levaria até Belém, onde defenderia a seleção em jogo disputado frente ao selecionado argentino, pela Copa Roca 2011.
Amor à camisa?! Amor à pátria?! Isso é coisa do passado!!! Um passado glorioso, despido dos “louros dos cifrões” e das estatuetas dos patrocinadores. Hoje o atleta está mais interessado em colocar os pés nas “calçadas da fama” do que pisar nos gramados, lugares esses que deram status de “ídolos-craques” a estes pseudo jogadores. Mas como toda regra tem uma exceção. Vamos falar da exceção. “São Marcos” e Rogério Ceni. Veja o exemplo demonstrado por estes jovens senhores. Jogadores veteranos que continuam exercendo o que mais gostam de fazer: jogar futebol. Defendem seus clubes com a mesma gana e o mesmo entusiasmo e interesse demonstrados na época em que iniciaram a carreira. “O dia que eu achar que o caminho de casa ao CT (Centro de Treinamento) está muito longo e eu perder essa vontade, é hora de parar”, essas foram as palavras do ídolo e capitão Rogério Ceni, logo após jogar a milésima partida pelo São Paulo. Já o “bipolar”, como ele mesmo se intitulou, “São Marcos”, realizador de defesas miraculosas pelo Palmeiras e Seleção Brasileira, também é uma grata exceção de “ídolo-craque” que joga porque gosta e demonstra amor à camisa. Com seus 38 anos de idade, São Marcos já não agüenta mais a rotina do futebol profissional, mas mesmo assim, ainda resiste e não põe ponto final à sua carreira vitoriosa. “Posso baixar o meu salário lá no chão, não tem problema. Se eu renovar, o meu salário será bem simbólico”, disse Marcos.
Quem acompanha o goleiro no dia a dia sabe, porém, que a hipótese não é das mais prováveis. Ele sente dores no corpo todo, com um incômodo particular e crônico no joelho esquerdo. Notamos aqui, o exemplo de jogadores que mesmo veteranos e muita das vezes lesionados dão a volta por cima e jogam com o mesmo amor e dedicação de outrora. Jogadores que merecem verdadeiramente o status de “craque” que são. Bem diferentes destes “craques da NBA” e “craques do futebol europeu” que demonstram mais amor ao dinheiro do que outra coisa. Amor à Camisa e amor à pátria é coisa do passado? São Marcos e Rogério por enquanto ainda desmentem esta afirmativa.
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