Nós brasileiros, nascemos e crescemos mal-acostumados; pois sempre desejamos e sonhamos com a ascensão de nossos supercraques, os ídolos incontestáveis que nossas mentes férteis fabricam. O problema é que na primeira adversidade, nós mesmos transformamos nossos ídolos em jogadores cabeças-de-bagre.
No último domingo presenciamos a derrota de um bom time, formado por alguns bons jogadores com um ou dois craques (Neymar e Paulo Henrique Ganso), nada mais do que isso, enquanto do outro lado se encontrava um time excepcional formado com jogadores eficientes e selecionáveis, além de acostumados a grandes decisões. E com um ‘tal’ de Lionel Messi com uma enorme capacidade de fazer o que quer com a bola. Não é a toa que ele é considerado o melhor jogador do mundo. A mídia brasileira vêm evidenciando exaustivamente aquela fatídica partida em Yokohama como a um massacre barcelonista frente ao devastado santista.
Essa partida no entanto não reflete a realidade do futebol brasileiro, como alguns profissionais da imprensa estão declarando. Foi sim, um massacre do time espanhol contra a fragilizada equipe brasileira; mas daí, dizermos que o futebol brasileiro precisa ser repensado, isso já é outra história. O que faltou para a equipe do Santos foi uma melhor preparação e um comprometimento ainda maior. Talvez o time tivesse perdido por um placar um pouco menos elástico, o discurso pós-jogo teria sido outro. “Guerreiros santistas caem diante da equipe do Barcelona”. Mas como a derrota foi demasiadamente elástica fora a excelente performance de Messi e cia, a mídia mundial tem potencializado um pouco mais nas críticas e até mesmo nas gozações.
Com muita propriedade o jornalista José Kalil, deu uma entrevista no Galera Gol desta semana e deu sua opinião sobre a vergonhosa derrota do Santos para o Barcelona. Segundo Kalil, a derrota do Santos não significa necessariamente que o futebol brasileiro precise de uma revisão absurda, precisa sim de uma grande melhoria. Uma única partida não pode definir a realidade do futebol brasileiro dizia ele. O time do Santos não é a seleção brasileira. Mas que nós precisamos olhar o nosso futebol brasileiro com um pouco mais de cautela isso é inegável.
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