A epidemia de crack partiu dos grandes centros urbanos e chegou às cidades pequenas; difícil encontrar um lugarejo livre dessa praga.
Embora todos concordem que é preciso combatê-la, até agora não cheganos a um determinador comum; não conseguimos elaborar uma estratégia nacional destinada a recuperar usuários para reintegrá-los à sociedade.
No crack, como em outrtas drogas inaladas, a absorção no interior dos alvéolos pulmonares é muito rápida: do cachimbo ao cérebro a cocaína tragada leva de seis a dez segundos. Essa ação quase instantânea provoca uma onda de prazer avassalador, mas de curta duração, combinação de características que aprisiona o usuário nas garras do traficante.
O crack é uma substãncia que afeta a química do cérebro do usuário: causando euforia, alegria, suprema confiança, perda de apetite, insônia, aumento da energia, um desejo por consumir mais o crack, e paranoia potencial (que termina após o uso). O seu efeito inicial é liberar uma grande quantidade de depomina uma química natural do cérebro que causa sentimentos de euforia e de prazer. O efeito geralmente dura de 5 a 10 minutos, após o qual os níveis de tempo de dopanina no cérebro despencam, deixando o usuário se sentindo deprimido. A utilização do crack em uma festa, durante o qual a droga é tomada repetidamente e em doses cada vez mais elevadas, leva a um estado de irritabilidade crescente, agitação e paranoia. Isso pode resultar em uma psicose paranoica, em que o indivíduo perde o contato com a realidade e passa a ter alucinações.
No caso do crack, com apenas três ou quatro doses, às vezes até na primeira, o usuário se torna completamente viciado.
Normalmente o dependente, após algum tempo de uso de droga, continua a consumi-la apenas para fugir do desconforto da síndrome de abstinência - depressão, ansiedade e agressividade -, comum a outras drogas estimulantes.
Após o uso, a pessoa apresenta quadros de extrema violência, agressividade que se manifesta a princípio contra a própria família desestruturando-a em todos os aspectos, e depois, por conseqüencia, volta-se contra a sociedade em geral, com visível aumento do números de crimes relacionados ao vício em referência.
O uso do crack e sua potente dependência química frequentemente leva o usuário que não tem capacidade monetária para bancar o custo do vício à prática de delitos para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos, sobretudo eletrodomésticos, muitas vezes começam em casa.
As chances de recuperação dessa doença, que muitos especialistas chamam de "doença adquirida" não tem cura, são das mais baixas que se conhece dentre todas as droga-dependências. A submissão voluntária ao tratemento por parte do dependente é difícil, haja vista que a fissura, isto é, a vontade de usar a droga, é grande demais. Alem disso, a maioria das famílias de usuários não tem condições de custear tratamentos em clínicas particulares ou de conseguir vagas em clínicas terapêuticas assistenciais, que nem sempre são idôneas. É comum o dependente iniaciar, mas abandonar o tratamento.
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