Quais os nascidos até a década de 90, e por que não, até mesmo, os que nasceram mais de uma década depois, não sabem cantar ao menos um trecho da núsica "Pelados em Santos", "Vira-Vira" ou "Robocop Gay", da inesquecível banda Mamonas Assassinas?! Não surpreenderia se entre os trechos das músicas nacionais mais conhecidas estivesse "Mina, seus cabelo é da hora, seu corpo é um violão, meu docinho de coco, tá me deixando louco".
A banda que por, aproximadamente, rápidos nove meses enloqueceu o Brasil com suas performances e diversão, era formada por Dinho, Bento, Samuel, Sérgio e Júlio. Garotos que, ao compor canções para se divertirem em churrascos com os amigos, mal sabiam que suas batidas pesadas de rock'n roll e letras cômicas sobre o cotidiano e, algumas até, com tons críticos, faria a cabeça de crianças, adolescentes e adultos do País inteiro, rxatamente nos anos de 1995 e 1996, arrastando-se até os dias de hoje.
Embora no ínicio do sucesso, muitos pais e a própria imprensa tivessem tido resistência às músicas, que incluíam palavrões e outras sacanagens, não demorou muito, ou quase nada, para que os garotos bagunceiros e divertidíssimos de Guarulhos se tornassem os queridinhos. Será que o fato de terem sido recordistas de ibope por qualquer emissora que passassem tem a ver com isso?
De um único CD oficial, gravado em junho de 1995, o grupo vendia 50 mil cópias por dia, atingiindo a cota de 1 milhão de cópias em apenas 100 dias. "Eles tocaram em todos os estádios que na época eram possíveis", disse Creusebeck, ou melhor, Rick Bonadio, que foi empresário e produtor da banda em entrevistas.
Porém, a banda também chamada pelos fãs de "Cometa da Alegria", não nasceu do nada. Foram cinco anos tentando alcançar o tão almejado sucesso com a banda que precedeu os Mamonas, a Utopia, "conhecida 'mundialmente' no Parque Cecap", como brincava Dinho.
Pois bem, nem mesmo a "pausa" de 15 anos sem Mamonas Assassinas (todos os integrantes foram vítimas fatais de um acidente aéreo), foi suficiente para apagá-los da memória do Brasil e, principalmente, da história de Guarulhos, cidade onde a banda se formou e fincou raízes mesmo a partir do sucesso mais do que efêmero que obteve.
Prova disso foi a superlotação das salas de cinema em que foi exibida a pré-estréia do filme "Mamonas pra Sempre", que será lançado em, 33 cinemas, entre São Paulo e Rio de Janeiro e que estará em cartaz, também, nas salas de cinema do Internacional Shopping e do Shopping Bonsucesso, ambos em Guarulhos.
Mamonas Assassinas foi um divisor de águas da música brasileira, pois nem antes e nem depois deste grupo houve outro tão depravado, despido de hipocrisia e escancarado, debochando do que todo mundo fazia ou ao menos, lá no fundo, tinha vontade de fazer. Entretanto, engana-se, completamente, os que pensam que os Mamonas Assassinas era só baixaria, como Dinho costumava anunciar no início de seus shows: "Atenção Creusebeck, vai começar a baixaria".
As letras do quinteto guarulhense, mesmo que envolta em puro humor, abordaram temas como problemas sociais (Cabeça de Bagre ll), preconceito a homossexuais (Robocop Gay) e a nordestinos (Chopis Centios). E se Zeca Baleiro teve a sacada de fazer a canção "Samba do Aproach" misturando o português com o inglês, Dinho já fizera algo parecido ao compor a música "Money", em que o refrão dizia "Moneyu que é good nóis num have (Heavy!). Se nóis hevase, nóis num tava aqui playando, mas nóis precisa de worká". Puro humor e inteligência.
O filme produzido pela Tatu Filmes partiu de um projeto de Luna Alkalaia e é fruto de um filme de ficção e/ou ninissérie de TV que a produtora estava procurando, mas que necessita de patrocinadores para acontecer. Dirigido por Cláudio Kahns, que se interessou pela trajetória fulgurante do grupo que mal sabia conseguia sobreviver fazendo música em Guarulhos para o auge da fama, além de o longa ter tido investimentos do próprio diretor, também contou com patrocínio da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Guarulhos.
A história da fascinante banda, que trouxe alegrias incontáveis ao seu imenso público, será contada através de cenas exclusivas de shows, entrevistas de familiares, de amigos e fãs da banda. Além de iamgens inéditas produzidas pelos próprios integrantes, quando eram "Utopia", no duplo sentido.
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