Quando Os Anjos da Guarda Estão em Greve

Existem momentos em que nos sentimos demasiadamente tristes, sem esperança. Falta-nos o chão, na medida em que a dor se aloja em nossos combalidos corações. É justamente neste instante, que percebemos estar à mercê das nossas próprias desventuras. A esperança parece estar cada vez mais distante, os nossos passos caminham errantes em lugares descampados, desprovidos de vida, fartos de desilusão.
Olhamos incrédulos para o céu e nos fartamos com as gotas de fel que caem impiedosas sobre nós. Clamamos por auxílio e, cada vez mais, percebemos estar desprotegidos, pois, a cada dois passos que damos para frente, somos forçados a dar dez para trás. Aos poucos, se esvai o que nos resta de consolo.
Por mais que tentamos procurar uma chance de mudar o rumo das situações, chegamos à conclusão de que tudo está prestes a se acabar. Muitos se lançam nas covas da desilusão. A incerteza nos golpeia devagar, a tristeza passeia em nossos corações na ânsia de se alojar e nos arremessar no abismo. Nesse instante, estamos certos de que a esperança já não habita mais em nós. Nos sentimos sós. Lançados ao pó. Só nos resta saber esperar a hora de partir.