sexta-feira, 11 de maio de 2012

“Nós Como Negros Precisamos Acertar Duas Vezes”

Há um dito popular, tremendamente racista, que diz, que negro (preto) quando não caga na entrada, defeca na saída. Exatamente, por isso, eu não o faço em público. Faço no oculto do meu lar.

“Seja pronto para ouvir, mas tardio no falar,
para bem menos errar
afinal, nós negros temos que acertar
duas vezes mais...
Primeiramente quando provando o que somos
depois “ quando justificando aquilo que não somos (aquilo que não fazemos)”

Pode até soar meio exacerbado da minha parte. Mas o título acima condiz com a realidade do negro no Brasil. Quem nunca sofreu com o preconceito racial? Eu já. Muitas vezes, e das mais variadas formas. Aliás, só para ressaltar o teor dessa questão devemos, nos conscientizar, que vivemos numa sociedade amplamente racista.
O racismo está aí, patente ao olhar de todos, envolto em um preconceito velado, mascarado. Está presente em qualquer esquina, está assentado nas cadeiras das universidades, está trafegando nos shopping centers da vida, se encontra nas instituições religiosas. Enfim, se faz presente em toda e qualquer parte da nossa esfera da nossa sociedade.
O pior, é que muitos de nós (negros), nos encontramos à mercê da falta (ou perda) de nossa identidade sociocultural. Não conhecemos nada (ou conhecemos muito pouco) da nossa história, da nossa cultura e dos aspectos do nosso povo. E mais, não possuímos base filosófica, para compreender a importância e a amplitude te tudo isso. Infelizmente. E, ainda, o pouco que conhecemos, vemos ou lemos se encontram impressos ou inseridos em livros e vídeos defasados, materiais outorgados por pessoas que não conhecem o conteúdo a fundo. Essas obras, não retratam a “Verdadeira História”: as torturas, as chacinas, os estupros (violações), escárnios, matanças ocorridas ao longo de nossa “vergonhosa história do Brasil”. Mortes aos milhares, nos porões dos navios negreiros, nos engenhos de açúcar, nas senzalas, enfim, em todo o contexto do sistema colonial, ou fora dele. Tudo isso ocorreu e nós aceitamos de forma passiva e omissa.

Eu particularmente, “agradeço” em poucas e ríspidas palavras, a um ser asqueroso e preconceituoso, um “monstro de aspecto feminino” travestido de educador de uma escola particular na qual estudei. Essa pessoa, se é que posso considerá-la como tal, mostrou-me o que é o racismo de uma forma bastante agressiva, quando eu tinha apenas oito anos de idade. Época de Copa do Mundo, México 1986, cada aluno dizia ser um atleta ou outro. Eu gostava muito do jogador Careca. Escolhia ser o atleta. Ela sorrindo ironicamente, debochava da minha cara, falando que o único jogador “preto como eu” era o Josimar. Nada contra o Josimar. O pior ainda estava para acontecer. Ela desferiu um tapa em meu rosto, simplesmente pelo fato de eu ser uma criança negra. Que culpa uma criança tem por carregar um pigmento (melanina) na pele? Pois é, eu queria saber o porquê do tapa, a razão de eu ser negro. Porque eu, justo eu. No oculto do meu quarto, chorava. Na inocência de criança, brigava com “papai do céu”, implorava para que ele me deixasse ser branco como os demais.

Olha a extrema maldade de um ser, veja o que esse animal sem coração fez com uma criança. Quase que perdi a minha identidade sócio-racial por causa desta pessoa. Ia perder minha identidade antes mesmo de possuí-la. Mas mesmo assim, apesar de “você”, descobri que o amanhã poderia me revelar um novo dia. Aprendi que o mal se esconde num sorriso de candura. Descobri enfim, que a vira é dura. Cresci levando “tapinhas” nas costas de quem mais me odiava e pude discernir no meio da multidão, entre os “falsos amigos” aquele que seria meu INIMIGO de VERDADE. RACISMO. Deixe de ser covarde. Tire a máscara. Mostre a sua face como ela é. Nós precisamos te conhecer melhor. Premie-nos com a sua coragem, dispa-se dessa tua “velha roupagem”. Mostre-nos tua verdadeira imagem.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Somos da Zona “Lost” Com Muito Orgulho

Primeiramente, queria deixar bem claro que não se trata de uma crítica. Aceitei a piada. Assim como aceitamos numa boa, a musiquinha, Sandra Rosa Madalena, do Sidney Magal, entoada no celular da Márcia (risos). A Thalita que me desculpe, mas essa foi hilária e, eu não poderia deixar de postar aqui no grupo e, nem no meu blog. O César quase se desmanchou de rir e nós também (mais risos). Mas o que vem ao caso é a tal da “zona Lost”.
O bairro onde nascemos ou moramos não pode determinar nosso caráter. Isso é fato. O que determina o caráter de uma pessoa são os círculos de amizades, as ideologias adquiridas no decorrer da vida, enfim, o que realmente determina se uma pessoa tem ou não caráter, são as suas atitudes e, não onde ela mora. Afinal, tem pessoas de caráter e sem caráter, na “zona lost”. Assim como tem gente educada e mal-educada na zona sul. Mas vamos voltar na “piada”, as pessoas realmente tem razão, quando fala que estamos perdidos. Perdidos geograficamente, porque moramos num lugar onde Judas perdeu a bota, a cueca e algo mais (risos). Às vezes, dá raiva de morar na “zona lost”, principalmente quando precisamos parar lá na zona sul. Trem lotado de............. deixa pra lá...............metrô abarrotado de..............cala-te boca............Ás vezes me irrito com a demora da locomoção entre as duas zonas................Mas fazer o quê..............? Como diria Mano Brown, minha área é tudo o que eu tenho. Por isso, ainda possuo muito orgulho de estar aqui, na zona “lost” de São Paulo. O pior é morar na Zona “Lost” e ter que ficar ouvindo duas horas seguidas “Sandra Rosa Madalena”. Aí sim eu me sinto perdido. Perdido de dar dó................. Dó do meu ouvido e dos meus “instintos musicais” (mais risos).

“Me dê limões
lhe darei uma limonada
e me dê patas
lhe ofertarei uma patada”

“Aquele Louco (Marcio Martins) Que Não Pode Errar”

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Derrube O Seu Gigante

Creio que assim como eu, muitos conhecem de cor e salteado a história de Davi e Golias. Como sabemos a Davi foi concedida a coroa e o trono de todo o Israel. A Golias, porém, restou a morte, por ter afrontado veementemente a todos os israelitas. Ora, sendo Davi ainda um mancebo, prontificou-se a lutar contra o gigante que afrontava os filhos de Deus. O jovem pastor de ovelhas apanhou do ribeiro cinco seixos e rumou para a batalha diante do Gigante de Gate. Avançando o gigante contra o mancebo, o jovem Davi pegou a pedra co0locou-a na funda e atirou-a contra a cabeça do Guerreiro de Gate que caiu morto logo em seguida.
Ora todos nós temos também um gigante em nossas vidas, um problema ou uma dor que se agiganta lentamente, fazendo-nos esmorecer. Entretanto, por maior que seja o nosso gigante, não devemos nunca retroceder no campo de batalha. Tem um lindo provérbio que traduz brilhantemente essa passagem bíblica. Nunca diga a Deus que você tem um grande problema, diga ao teu problema que você possui um Grande Deus. Fazendo isso, você verá que seus problemas são pequenos diante da vitória que Deus te concederá. Pense nisso. Então, prossiga a sua marcha, como soldado valoroso que é. E derrube você também, o gigante que se levantou diante de você.